Segundo a ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos) 2018 foi um ano difícil para os transplantes de órgãos e tecidos no Brasil. No caso do transplante de córnea, foram realizados 14.809 transplantes de córnea neste período. Este número representa uma queda de 2,8% em relação ao ano anterior, que teve 15.242 transplantes realizados. Porém, apesar da pequena queda, 2018 permaneceu acima da média dos últimos 8 anos, que é de 14.406 procedimentos por ano.
O grande destaque de 2018 foi sem dúvida o estado de SP, que apresentou um aumento de 15% no número de transplantes de córnea realizados e uma redução de 25,4% em sua fila de espera por córnea em relação ao ano anterior. Comparado aos outros estados, SP permaneceu mais uma vez no topo da lista nacional com 5.131 transplantes realizados, 15% a mais que os 4.462 de 2017. Com isso, o estado aumentou ainda mais sua diferença para o segundo lugar MG (1.202) que era de 3,6 vezes, para 4,2 vezes mais cirurgias realizadas. Se compararmos com o número total do restante do país, chama atenção o fato de que SP foi responsável por 34,6% dos transplantes de córnea de todo o Brasil em 2018, o que corresponde a mais de um terço do total realizado em todo território nacional. Entre os 11 primeiros colocados, só SP aumentou o número de transplantes em relação a 2017. Apesar de todo empenho e esforço, além de SP somente mais 5 estados brasileiros também aumentaram seus números em 2018, são eles MA (273 – aumentou 11%), SE (210 – aumentou 29,6%), PB (190 – aumentou 25%), RO (120 – aumentou 7%) e TO (47 – aumentou 6,8%).
Subindo da sexta posição em 2017 para a terceira em 2018, surge novamente o estado do CE (938), que em 2016 ocupou a segunda colocação. O estado apresentou também a menor fila nacional, com zero inscritos em dezembro de 2018.
Baseado nos números de transplantes de córnea por estado realizados em 2018, veja como foi o desempenho de cada estado brasileiro:
1- SP: 5131
2- MG: 1202
3- CE: 938
4- RJ: 923
5- PR: 840
6- GO: 789
7- PE: 775
8- RS: 617
9- BA: 514
10- SC: 462
11- DF: 302
12- MA: 273
13- ES: 260
14- PA: 244
15- MT: 212
16- SE: 210
17- PB: 190
18- AM: 177
19- MS: 175
20- RN: 170
21- PI: 140
22- RO: 120
23- AL: 79
24- TO: 47
25- AC: 19
26- RR: 0
Analisando o número de transplantes absolutos por Região Brasileira, teremos o Sudeste em primeiro lugar, com mais que o dobro de transplantes do Nordeste, segundo colocado.
Total Brasil: 14.809 transplantes
1- Sudeste: 7.516
2- Nordeste: 3.289
3- Sul: 1919
4- Centro-Oeste: 1.478
5- Norte: 607
Em relação ao número de transplantes por milhão da população (pmp), entre os estados teremos novamente GO (116,4) liderando o cenário nacional em 2018:
1- GO: 116,4
2- SP: 113,8
3- CE: 104,0
4- DF: 99,4
5- SE: 91,8
6- PE: 81,8
7- PR: 74,2
8- RO: 66,5
9- SC: 66,0
10- ES: 64,7
11- MS: 64,5
12- MT: 63,4
13- MG: 56,9
14- RJ: 55,2
15- RS: 54,5
16- RN: 48,5
17- PB: 47,2
18- AM: 43,6
19- PI: 43,5
20- MA: 39,0
21- BA: 33,5
22- TO: 30,3
23- PA: 29,2
24- AL: 23,4
25- AC: 22,9
26- RR: 0
Se formos analisar o número de transplantes por milhão da população (pmp) por Região Brasileira, o Centro-Oeste recebe destaque, figurando em primeiro lugar.
Total Brasil: 74,0 transplantes de córnea pmp
1- Centro-Oeste: 93,1
2- Sudeste: 86,4
3- Sul: 64,7
4- Nordeste: 57,4
5- Norte: 33,8
Os estados que apresentaram menor fila de espera por córneas em dezembro de 2018 foram respectivamente CE (0), PE (4), AC (24), PR (31) e SC (34), contrastando com o cenário nacional, no mesmo período, onde o Brasil tinha 8.788 inscritos na fila. Entre os estados com maior fila em dezembro de 2018 estão SP (2.273), RJ (1.097), MG (1.065), PA (868) e BA (735).
A boa notícia é que com todo esforço das equipes de captação, preservação e transplantes de córnea do país, a fila de espera por córnea diminuiu de 9.266 em dezembro de 2017 para 8.788 em dezembro de 2018. Foram 478 inscritos a menos na fila, uma redução de 5,15% em todo país. Sem dúvida, essa redução recebeu grande influência da fila de SP, que caiu de 3.048 em 2017 para 2.273 em 2018, com 775 inscritos a menos na fila, impactando em uma redução expressiva de 25,4% em relação a 2017.