Com a chegada da pandemia do coronavírus em 2020, surgiu a campanha para se fazer o isolamento social, com o intuito de que o vírus circulasse menos entre as pessoas e, com isso, diminuísse o pico de incidência da doença na população, não sobrecarregando os sistemas de saúde. Essa situação obrigou todos os setores da sociedade a uma mudança repentina de hábitos, e de uma forma nunca antes imaginada. Congressos e simpósios foram cancelados. Reuniões, aulas, encontros, shows, eventos em geral, deixaram de ser realizados.

Uma forma de contornar a situação foi apelar para as soluções virtuais. Professores passaram a dar aulas através de plataformas na Internet, artistas e personalidades apresentaram-se por meio de lives em redes sociais, encontros e reuniões corporativas passaram a ser realizados através de aplicativos de webmeetings, discussões e palestras se multiplicaram em webinars, etc. Concomitantemente, a audiência das emissoras de TV e o consumo de conteúdos on-line, em geral, aumentaram significativamente neste período. O aplicativo Microsoft Teams atingiu o quinto lugar em downloads na App Store durante esse período. Google Classroom e UNO! chegaram a quarto lugar. Hangouts Meet chegou a terceiro e o Zoom Cloud Meetings foi o primeiro em downloads por vários dias.

Na Oftalmologia, houve uma instigante proliferação de webinar e webmeeting sobre temas diversos da especialidade, que inclusive estão sendo divulgadas gratuitamente pelo Eye Channel e podem ser acompanhadas nas abas agenda ou oftalmologia. O grande número de participantes, com salas lotadas, mostraram o notável potencial deste tipo de ferramenta para a divulgação de conhecimentos que, provavelmente, estavam sendo subutilizados.

Por outro lado, nos últimos anos, estávamos vivenciando um número cada vez maior de congressos e simpósios de Oftalmologia pelo Brasil. O que inicialmente era visto como algo muito salutar e proveitoso, passou a ser alvo de reclamações por parte de muitos. Alguns participantes já se queixavam de ter que comparecer a muitos eventos e, com isto, arcar com constantes despesas de viagens, cancelamentos de agendas de consultório e privação do convívio familiar. Já entre os próprios expositores, alguns também passaram a alegar gastos excessivos e dificuldade logística para comparecer a tantos eventos, havendo, em alguns casos, uma certa pressão mercadológica.

Este novo cenário fez surgir a pergunta: “Será o fim dos congressos, simpósios e aulas presenciais?”.

Em conversa com gerentes de marketing de empresas parceiras da Oftalmologia, observamos que algumas destas já sinalizam para uma mudança de comportamento no pós-isolamento social. Buscam novas alternativas no ambiente virtual para divulgação da marca e já enxergam uma mudança de paradigma. Profissionais da educação também acham que o ensino nas escolas não será mais como era antes da pandemia, haverá muito mais utilização das plataformas de ensino on-line, mesmo após o retorno das aulas presenciais.

E o que pensam os médicos?

A nova experiência – com várias opções de conteúdo disponíveis pela Internet – agradou a muitos, haja vista a lotação das salas de webinar. Mas o que leva um médico a ir a um congresso? São somente as aulas? Será que tais eventos podem ser totalmente substituídos por plataformas virtuais?

Discutindo este tema com vários colegas médicos, surgiram alguns outros pontos que também motivam os médicos a ir a congressos e similares.

Eis alguns destes motivos:

1- Aulas e palestras

Este é muitas vezes o principal motivo que leva o médico ao congresso. E também são as atividades que podem ser muito bem desenvolvidas em eventos virtuais. Mas não é o único motivo.

2- Treinamentos práticos e wet labs

Um treinamento hands-on de uma nova técnica cirúrgica, de um novo aparelho ou dispositivo, ainda precisa ser feito presencialmente.

3- Feira de expositores

Muitos médicos vão com o intuito de conhecer as novidades do mercado, novos aparelhos; desejam circular pelos stands e fazer negócios. É um hábito comum aguardarem algum congresso para comprar instrumentais e equipamentos por preços promocionais.

4- Networking

Muitas vezes é na hora do coffee break que o congresso se torna mais importante, pois é quando se conhece um futuro sócio, que se consegue uma vaga de trabalho, que nasce uma parceria para uma pesquisa científica, que surge um convite para uma pós-graduação, que se conseguem insights para criação de novos projetos ou para se tomarem decisões políticas.

5- Encontrar amigos

Sim, os congressos também funcionam como um “encontro de turma”. Oportunidade para rever aquele amigo que não se via há anos, ou reencontrar colegas que estão sempre nos congressos, sair para jantar, dar boas risadas…

6- Turismo e diversão

E, em alguns casos, o local turístico onde será realizado o congresso motiva o congressista a unir o útil ao agradável em um único investimento financeiro. Conhecer novos lugares, novas culturas. Aproveitar para sair do consultório um pouco, respirar novos ares, sem, contudo, deixar a Oftalmologia de lado.

Enfim, assim como em várias outras áreas, os congressos médicos e simpósios, muito provavelmente, receberão alguma herança desta fase 100% digital que estamos atravessando, devido ao isolamento social imposto pelo COVID-19. Porém, existem mais motivos do que somente as aulas a motivarem o médico a ir a um congresso presencial. O modelo que realmente vai predominar no futuro – presencial, virtual ou híbrido –  somente as experiências de sucesso vão nos mostrar.

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