Ao longo das últimas duas décadas a cirurgia de Transplante Endotelial de Córnea sofreu diversas modificações. Dentre elas o DMEK é a que oferece maior resultado visual e por isso se consagrou como a principal indicação para a maioria dos olhos. O lado negativo do DMEK consiste na dificuldade intraoperatória de abertura da lamela. Esta dificuldade é superada pelo PDEK, DSAEK e DSEK. Entre estas três últimas técnicas, o DSAEK apresenta como limitação o custo alto devido a necessidade de um microcerátomo ou de um laser de femtosegundo. Já o PDEK é uma técnica de custo baixo, porém de grande dificuldade durante a preparação da lamela. Assim, decidimos revitalizar uma técnica já esquecida: o DSEK com dissecção inteiramente manual.
Durante os últimos cincos anos nós fizemos modificações em alguns passos do DSEK clássico, e com isso conseguimos obter lamelas planares, reprodutíveis e em sua grande maioria consideradas ultrafinas. Recentemente ampliamos essa linha de pesquisa estudando quatro diferentes profundidades de dissecção com o objetivo de produzir lamelas manualmente dissecadas ainda mais delgadas.

Assista abaixo o vídeo vencedor na categoria Inovação do Festival de Vídeos Científicos da BRASCRS 2023, realizado pelo Dr. Pedro Bertino.
Link para o artigo científico de comparação de quatro profundidades de dissecção.

PACHY-DSEK: Manually dissected ultrathin lamellae for endothelial keratoplasty

Dr. Pedro Bertino, Oftalmologista.

Graduação em medicina, UFRJ 2002
Residência em oftalmologia, Hosp Municipal Piedade, RJ 2005
Subespecialização em catarata, HMP, RJ Subespecialização em córnea e cirurgia refrativa, Hospital Oftalmológico de Sorocaba, SP 2007
Programa médico observador em ceratoprotese, Instituto Barraquer, Barcelona, Espanha 2011
Capacitação em transplante endotelial, Indianápolis, EUA 2013
Doutorado em oftalmologia, USP 2020
Fundação do curso Surgical Cornea, 2020