A revista Advanced Materials publicou na sua edição de junho 2017 um estudo desenvolvido pela Universidade de Tecnologia Tampere, na Finlândia, que pode ser o início do desenvolvimento de uma íris artificial fotorreagente implantável no olho humano.
O diafragma iriano natural tem papel fundamental na qualidade óptica do olho pois controla de modo dinâmico, dependendo da luminosidade de cada ambiente, a quantidade de luz que entra no segmento posterior do olho para atingir a retina, reduzindo significativamente aberrações ópticas, glare, ofuscamentos, straylight e fotofobia.
Para os casos em que o paciente tem Aniridia ou uma atrofia iriana importante, ainda não dispomos de uma opção cirúrgica ideal para correção do problema. As lente intraoculares (LIOs) filtrantes com pupila (3 ou 4mm) já existentes no mercado, filtram bem a luz, porém são estáticas, isto é, não se modificam conforme a intensidade de luz do ambiente, além de prejudicar muito a avaliação clínica da retina periférica impedindo muitas vezes o tratamento das doenças retinianas também. O conceito da LIO XtraFocus com filtro infravermelho do Dr. Cláudio Trindade ainda não é aplicável na prática clínica para os casos de Aniridia.
No caso deste artigo, relata-se o primeiro dispositivo de elastômero de cristal líquido que pode executar o ajuste automático da sua forma, reagindo à intensidade de energia luminosa incidente. Semelhante a íris natural, o dispositivo fecha-se sob intensidade de luz crescente, e ao atingir o tamanho mínimo da sua pupila, somente a sétima parte da luz incidente é transmitida através dele.
Os desenvolvedores do grupo de pesquisa Smart Photonic Materials espera poder desenvolver essa tecnologia em um dispositivo biomédico implantável. Para isso o material precisa ser aprimorado para melhorar a sensibilidade da íris a pequenas mudanças de brilho, precisa funcionar bem no ambiente intraocular e ser biocompatível.