O Instituto da Visão – IPEPO, a Fundação Altino Ventura e o Serviço de Oftalmologia da Unicamp foram os grandes vencedores do prêmio Antônio Champalimaud de Visão de 2019, principal prêmio da Oftalmologia no mundo. A cerimônia de premiação realizada em Lisboa na última quarta-feira (4) contou com a presença do presidente de Portugal, Marcelo Rebello de Sousa, que elogiou o trabalho realizado pelas três instituições brasileiras.

Com quase 30 anos de trabalho nas periferias de grandes cidades e em zonas do interior da floresta amazônica, o Instituto da Visão – IPEPO, organização não governamental ligada à Unifesp-EPM, realizou, apenas nos últimos cinco anos, mais de 2 milhões de consultas oftalmológicas e 100 mil cirurgias oculares. No caso do trabalho na Amazônia,  a ONG leva anualmente profissionais para áreas onde não há acesso à saúde visual e nem sequer a disponibilidade de óculos de grau. Além dos óculos, o grupo promove triagem de cirurgias de catarata e de outros problemas visuais.

A Fundação Altino Ventura, de Pernambuco, por sua vez também se dedica às populações mais pobres. Está presente em vários municípios do interior e conta ainda com uma unidade móvel, apta até para realizar cirurgias de catarata.

O Serviço de Oftalmologia do HC da Unicamp completa a lista das três instituições premiadas se destacando na assistência a populações carentes no interior do estado de São Paulo. A instituição leva médicos e equipamentos de diagnóstico até populações vulneráveis e pobres, que muitas vezes não conseguem acesso a um oftalmologista no serviço público.

As três instituições foram as primeiras da América Latina a ganharem tal prêmio e ao todo irão receber a quantia de 1 milhão de euros, que equivale a aproximadamente 4,5 milhões de reais. Esta quantia porém deverá ser usada na continuidade da prestação de serviços à sociedade.

História do Prêmio Antonio Champalimaud:

No seu testamento, Antonio Champalimaud deixou instruções sobre a gestão da Fundação Champalimaud. O primeiro desafio da Fundação foi identificar as áreas que mais poderiam se beneficiar dos montantes deixados por Antonio de Sommer Champalimaud. Para aconselhamento foram contactados alguns dos melhores e mais prestigiados institutos e personalidades mundiais que passou por centros de investigação e ensino reconhecidos, como Harvard e MIT, e por cientistas e laureados do premio Nobel. Depois de meses de estudo e discussão, surgiram duas grandes áreas onde a atividade da Fundação poderia alcançar um enorme impacto: as neurociências e a oncologia. Uma terceira área emergiu – a prevenção da cegueira – para fazer face a um dos maiores flagelos que afeta os países em desenvolvimento e que continuamente se apresenta como um desafio para os investigadores e médicos de todo o mundo.
Foi neste campo da prevenção da cegueira que a Fundação estabeleceu o seu primeiro projeto, em 2006. Anualmente, o Prêmio Antonio Champalimaud de Visão entrega o valor de 1 milhão de Euros ao vencedor, que mostrar trabalho no apoio a luta contra a cegueira, em duas frentes: investigação de ponta e ações de prevenção e combate à cegueira.